Os VULTOS JULHIENSES são um projeto pessoal de ilustração de personagens da Independência do Brasil na Bahia. Surge da minha percepção que há uma falta de atualização e distribuição de novas representações dos personagens e eventos. Decidi participar da celebração, colando os personagens nos caminhos da festa de 2 de Julho, para que somassem a folia e depois, ao longo do ano, continuassem a lembrar os passantes de nossos antepassados, heróis de verdade que ajudaram a criar a independência e identidade da Bahia e do Brasil.
Vultos faz referência à expressão "grandes vultos", figuras históricas que eram eleitas pelas autoridades para ter sua imagem exposta em salões e eventos públicos, onde o povo poderia adimirar essas pessoas exemplares. Obviamente, o rol de pessoas que eram representadas na memória histórica da formação da identidade Brasileira e Bahiana eram pessoas de elite, a única excessão histórica é Maria Quitéria, mas por ação de outra mulher, a escritora inglesa Maria Graham, que mandou gravar uma imagem da guerreira bahiana para por no seu livro.
Essa série de ilustrações já participou da cenografia oficial da Pref. De Salvador em 2022 e 2024, participou de exposições coletivas no Brasil e exterior, foi incorporada na reforma da Lapinha, gravadas em aço e aplicada em totens de granito, no marco Zero do cortejo da data magna da Bahia, fazer companhia aos Caboclos e seus carros triunfais em sua morada ao longo do ano.
As lonas usadas na cenografia de 2022 fazem parte meu acervo e desde então as tenho usado em participações variadas que abordem o tema, como exposições, congressos e outras festividades, permitindo criar mudanças enormes no local onde elas são penduradas, alterando o cenário através dessa escala gigante (lonas de 1,7 x 3,1m), apresentar esses personagens da independência de modo imponente.
Imaginem se houvesse uma pintura histórica, feita lá no passado, de personagem preto, indígena, camponês, pescador, marisqueira, etc. que inspirasse o povo a partir da nossa diversidade?
No intuito de reforçar a circulação dos personagens, adaptei as artes para formatos menores e mais portáteis, como adesivos e postais. O que permitiu apresentar o tema em locais onde não pudesse por lambes, além de permitir compartilhar essas pequenas versões com parceiros e pesquisadores do tema.
Os postais foram muito uteis para hackear o evento sobre o bicentenário no Museu do Ipiranga, em 2023. Os participantes só teriam um espaço para falar de suas pesquisas no último dia, mas com o artifício dos postais comecei a conversar e apresentar o tema aos demais pesquisadores nos intervalos.
No mesmo ano, esse formato foi incluído no acervo do Museu Tempostal (especializado em selos e postais históricos), situado no Pelourinho, para compor uma exposição temática da Independência do Brasil na Bahia. Devido a carência de exemplares de postais antigos com representações dos diversos personagens, as artes julhienses estamparam diversos painéis da expografia.
Em 2023, as artes julhienses foram gravadas em aço no Largo da Lapinha, marco Zero do cortejo da data magna da Bahia, fazer companhia aos Caboclos e seus carros triunfais em sua morada ao longo do ano. São 14 totens que contam diversos momentos da guerra da Bahia. A arte Julhiense permite uma sintaxe visual dos eventos e personagens, favorece que o público forme uma imagem e afeto pela representação dos herois, se identifique e saiba que essa história lhe pertence.